Marcadores discursivos. O português como referência contrastiva
Summary
This volume contains a bilingual introduction and an English summary for every contribution.
Discourse Markers. Portuguese as a contrastive reference brings together a set of studies that analyze discourse markers of European Portuguese in comparison with other languages. The analysis is based on corpora, translations and other relevant linguistic resources. The works included in this volume show the crucial importance of the contrastive perspective in the analysis of discourse markers, for translation, teaching foreign languages and linguistic description in general. The relevance of the book comes from placing Portuguese discourse markers as the center of reflection and contrastive analysis. We highlight the variety of theoretical points of view, of discourses in which the markers are analyzed, of languages whose markers are compared with those of European Portuguese.
Excerpt
Table Of Contents
- Cobertura
- Título
- Copyright
- Sobre o autor
- Sobre o livro
- Este eBook pode ser citado
- Índice / Table of contents
- Introdução
- Introduction
- Discourse Markers in Medieval Narrative: Continuity or ‘Change of Scenario’ (Clara Barros)
- Sobre alguns marcadores discursivos em português e seus equivalentes em francês: valores semântico-pragmáticos e caracterização (Maria Helena Araújo Carreira)
- Discourse Markers in Patient Information Leaflets: a Contrastive Analysis between German and European Portuguese (Joana Guimarães)
- Marcadores discursivos do Português Europeu na tradução literária: As traduções italiana e sueca de dois romances de José Saramago (Thomas Johnen)
- Autonomia e interdependência linguística no uso dos marcadores discursivos por falantes poliglotas em línguas românicas (Christian Koch)
- Le marqueur discursif du portugais européen pois et ses principaux équivalents fonctionnels en français: analyse contrastive (Pierre Lejeune / Amália Mendes)
- Repensar os Marcadores Discursivos: um estudo de caso (Ana Cristina Macário Lopes)
- A semantic-map approach to pragmatic markers: the complex approximation/mitigation/quotation/focus marking (Wiltrud Mihatsch)
- Aspetos pragmáticos de Então e Allora: uma análise contrastiva (Francesco Morleo)
- Conversational discourse markers in stand-up comedy: you know and sabem (Milana A. Morozova)
- Para uma comparação dos marcadores discursivos bem e bom em português europeu em contraste com well em inglês (Fátima Oliveira / Fátima Silva)
- Contributo para o estudo das construções é Adj que X como marcadores argumentativos (Alexandra Guedes Pinto / Sónia Valente Rodrigues)
- Marcadores discursivos com ora e as suas correspondências em espanhol (Rogelio Ponce de León / Isabel Margarida Duarte)
- Les marqueurs déictiques à l’oral : perspective contrastive roumain-français-portugais (Liana Pop / Veronica Manole)
- ¿Por qué el español peninsular no reformula con digamos? Una reflexión sincrónica y diacrónica a partir de su comparación con el portugués europeo (Shima Salameh Jiménez)
- Os emojis como marcadores discursivos nas redes sociais: análise contrastiva em português e em francês (Isabel Roboredo Seara, Isabelle Simões Marques / Isabel Sebastião)
- Marcadores do discurso e plano de texto. A estruturação discursiva em artigos científicos publicados na Revista Principia (Tamires Ramalho de Sousa / Maria Aldina Marques)
- Notícias biográficas / Biodata
- Obras publicadas na série
Introdução
As descrições de Marcadores Discursivos (MDs) são ainda escassas para o português europeu, quando confrontadas com as que existem para outras línguas, como o espanhol, o francês ou o italiano, por exemplo, se nos ativermos apenas a línguas românicas. É portanto necessário continuar e aprofundar o trabalho que já tem sido feito. A descrição pormenorizada dos marcadores portugueses faz também falta para a construção de instrumentos como os léxicos multilingues de conectores em línguas europeias, cuja utilidade é indiscutível. Uma perspetiva contrastiva entre o português e outras línguas, no que respeita ao estudo dos MDs, justifica-se por vários motivos. Os estudos contrastivos entre o português e outras línguas, nomeadamente as românicas, têm inúmeras vantagens neste âmbito, pois as origens e o percurso de história comuns que frequentemente partilham os marcadores ajudam a compreender os significados e o funcionamento de base dos marcadores do português. Além disso, os MDs são frequentemente falsos amigos: assemelham-se quanto à forma em línguas diferentes, mas afastam-se quanto aos usos e sentidos. Muitas vezes, nestes casos, há diacronias em que os marcadores tiveram valores próximos e outras em que divergiram. Não se gramaticalizam na mesma época nem com os mesmos valores, embora haja geralmente uma base semântica em comum que vale a pena procurar. Acresce ainda que uma mesma função pode ser desempenhada por marcadores com origens diferentes, consoante as línguas. Por isso a análise dos MDs na tradução tem valor heurístico e interesse do ponto de vista metodológico (Aijmer et al., 2006, Simon-Vandenbergen e Aijmer, 2003, Degand, 2009, entre outros). O estudo contrastivo dos MDs, em corpora comparáveis ou traduções, permitindo elencar semelhanças e diferenças, leva-nos à descoberta de percursos diacrónicos ora convergentes ora divergentes, de especializações semântico-pragmáticas, de matizes específicos de sentido e de emprego que não seriam facilmente notados com o estudo dos MDs apenas numa língua, a língua de partida. Os estudos contrastivos procuram problematizar o facto de um dado MD poder ter múltiplos sentidos, às vezes derivados, e dificilmente traduzíveis pelos equivalentes lexicais da língua de chegada. Confrontar pares de MDs em diversos corpora comparáveis ou em traduções ajuda a conhecer o item em questão em cada uma das línguas confrontadas. Esta constatação vale para marcadores que se assemelham em diferentes línguas, com funções e empregos semelhantes, mas também quando divergem. Com frequência, quando se analisam traduções, verifica-se que um MD é traduzido por um item que não é um outro MD, mas que consiste, ←7 | 8→antes, numa outra solução linguística. A análise contrastiva revela, então, um especial poder explicativo para a caracterização do MD na língua de partida.
A perspetiva contrastiva português europeu / outras línguas, no que respeita aos MDs não interessa, no entanto, apenas à tradução, mas também ao ensino de línguas estrangeiras e à descrição linguística em geral. Será interessante ainda avançar para trabalhos que confrontem o português europeu com o português do Brasil, ou o português do Brasil com outras línguas, no âmbito de descrições que tenham em conta o caráter pluricêntrico da língua portuguesa.
As perspetivas teóricas adotadas nos trabalhos presentes neste volume são variadas. Alguns textos visam problematizar teoricamente traços definidores do próprio grupo de elementos linguísticos a que chamamos MD, seja distinguindo-os de outros grupos próximos, seja procurando descortinar relações entre diferentes funções de marcadores polissémicos, por exemplo, seja seguindo percursos de gramaticalização de diversos MDs. Há estudos que se ocupam apenas de MD do português, enquanto a larga maioria procura retirar proveito de uma visão contrastiva com outras línguas: francês, espanhol, italiano, inglês, alemão, romeno, sueco.
Nestes artigos, há também variedade no que toca aos géneros textuais onde os diferentes autores foram recolher os MDs analisados: material lexicográfico, textos literários e suas traduções, folhetos de medicamentos, textos de carácter científico, dados interacionais de produtos audiovisuais, interações das redes sociais, stand-up comedy, artigos de opinião da imprensa escrita, documentos de diferentes épocas e estádios do português e de outras línguas, corpora de vários tipos. A relevância deste volume advém do facto de colocar os marcadores discursivos do português como centro da reflexão e da análise contrastiva com outras línguas.
Clara Barros, em “Marcadores discursivos na narrativa medieval: continuidade ou ‘mudança de cenário’ ”, analisa, em textos narrativos medievais, os diferentes valores de certos marcadores discursivos que produzem uma reorientação da informação, dando lugar a uma mudança de tópico, com especial destaque para mas. A autora analisa os usos deste marcador nos textos narrativos do português medieval, para a seguir confrontar os resultados com os de outras tradições discursivas e, por último, com os usos dos marcadores correspondentes noutras línguas.
Helena Carreira, em “Sobre alguns marcadores discursivos em português e seus equivalentes em francês: valores semântico-pragmáticos e caracterização”, apoia-se num conjunto de marcadores portugueses, “particularmente orientados para usos interlocutivos” e seus equivalentes franceses, para problematizar a noção e refletir sobre a caracterização de marcador discursivo, “e de outras designações orientadas para a interlocução/interação”, procurando retirar dessa ←8 | 9→reflexão consequência metodológicas, nomeadamente no domínio da tradução, mas também no da descrição semântico-pragmática dos marcadores portugueses em causa.
Joana Guimarães, no seu trabalho intitulado “Discourse Markers in Patient Information Leaflets: a Contrastive Analysis between German and European Portuguese”, ocupa-se dos valores dos marcadores discursivos, em português e em alemão, num género de texto específico, como são os folhetos informativos médicos, tendo como âmbito de referência o modelo de compreensão de Karlsruhe. A segunda parte do estudo é dedicada a ilustrar a análise referida com folhetos informativos em português e em alemão do mesmo medicamento.
Thomas Johnen, no texto “Marcadores discursivos do português europeu na tradução literária: as traduções italiana e sueca de dois romances de José Saramago”, estuda as traduções italiana e sueca de dois romances de José Saramago, do ponto de vista dos marcadores dicursivos e da respetiva função de “estruturação do fluxo” narrativo. Com o estudo das equivalências entre as traduções, o autor pretende conhecer melhor, também, a língua de partida, pois elas “captam sempre traços semânticos e/ou pragmáticos específicos do MD” dessa língua. Assim, as traduções e as suas eventuais dificuldades são uma ferramenta para compreender melhor os MDs. Exemplos dos MDs estudados são allora, então e då e também ora e seus correspondentes em italiano e sueco. As diferentes soluções tradutológicas encontradas levam o autor a problematizar as funções típicas dos MDs em português, sugerindo que eles exercem funções pragmáticas semelhantes às das partículas modais em sueco. Allora e então são MDs também confrontados no texto de Morleo.
Christian Koch, no trabalho “Autonomia e interdependência linguística no uso dos marcadores discursivos por falantes poliglotas em línguas românicas”, a partir da análise de um corpus com narrações de 15 falantes poliglotas com quatro ou mais línguas românicas cada, problematiza o uso de MDs em línguas estrangeiras. Pretende perceber se tal uso ocorre por influências da língua materna e de outras línguas estrangeiras adquiridas “ou se a estruturação discursiva se caracteriza por fenómenos universais da interlíngua ou por usos específicos em cada língua no sentido de sistemas mentais autónomos”. Os campos de investigação em que se situa esta pesquisa são os da cross-linguistic interaction e da aquisição de MDs. Os resultados da investigação apontam para uma combinação dos conceitos de autonomia e de interdependência. O facto de as interferências serem raras mostra que os poliglotas dominam esta categoria. A raridade do uso de MDs idiomáticos exigiria que o ensino destes elementos fosse direcionado para a respetiva análise contrastiva, de modo a os aprendentes os compreenderem e distinguirem melhor.
←9 | 10→Pierre Lejeune e Amália Mendes, em “Le marqueur discursif du portugais européen pois et ses principaux equivalents fonctionnels en français: analyse contrastive”, selecionam, como ponto de partida, uma metodologia de análise de descrições e observações feitas noutras línguas (neste caso, em francês), para equivalentes funcionais do MD a estudar. Daí a aproximação entre pois e os seus equivalentes funcionais franceses. O corpus utilizado é composto por interações orais: do Corpus de Referência do Português Contemporâneo, do romance Os Maias e respetiva tradução e do Europarl. Os autores selecionam o marcador francês que mais se aproxima de pois, e encontram, para este marcador, um núcleo de valores semântico-pragmáticos comum aos vários usos.
Ana Cristina Macário Lopes, um nome incontornável no que respeita ao estudo dos MDs em português europeu, em “Repensar os Marcadores Discursivos: um estudo de caso”, descreve com precisão o que são MDs, tentando contrariar a “flutuação conceptual existente”, e entendendo-os como “sinalizadores de relações de coerência no plano discursivo/textual”. A autora distingue claramente, com os testes linguísticos apropriados, estes elementos das conjunções ou locuções conjuncionais, que articulam orações dentro da frase complexa. Tendo por base o corpus CETEMPúblico, são estudados aspetos sintáticos, semânticos, prosódicos e pragmáticos das construções consequenciais em que estão presentes os seguintes MDs: consequentemente, de forma que, daí (que), de modo que, por isso, assim.
Wiltrud Mihatsch, em “A semantic-map approach to pragmatic markers: the complex approximation/mitigation/quotation/focus marking”, estuda, com base na abordagem do mapa semântico, a polissemia de certos marcadores discursivos do português e do espanhol, nomeadamente aqueles que abrangem os valores de aproximação, mitigação, citação ou foco. Para tal, a autora procede a uma análise dos dados – baseada no corpus C-ORAL-ROM –, a qual também abrange, no caso do espanhol, a exposição dos usos destes marcadores em certas variedades dialetais.
Francesco Morleo, no artigo “Aspetos pragmáticos de Então e Allora: uma análise contrastiva”, confronta dois MDs, então e allora, num corpus de interações: alguns dados de língua espontânea, outros ficcionais, retirados de produtos audiovisuais. Depois de descrever, demoradamente, cada um dos marcadores, traçando-lhes o percurso de gramaticalização, o autor faz uma análise contrastiva português/italiano, chegando a três principais funções textuais e interativas dos elementos estudados. Conclui que, embora não haja uma sobreposição total de valores entre os dois conectores, o percurso semântico de ambos é idêntico: de advérbios de tempo, passam a ser utilizados como conectores argumentativos e, dessa função textual e discursiva, evoluem para instrumentos fáticos.
←10 | 11→Milana A. Morozova, em “Conversational discourse markers in stand-up comedy: you know and sabem”, com base num corpus de textos incluídos no género de espetáculo de humor (stand-up comedy) em inglês americano e em português europeu, analisa, em confronto, os valores de you know e sabem, que são ilustrados, na parte final do trabalho, com exemplos retirados do corpus referido.
Fátima Oliveira e Fátima Silva, em “Para uma comparação dos marcadores discursivos bem e bom em português europeu em contraste com well em inglês”, analisam as condições de uso e as funções semântico-discursivas de bem e bom em português europeu, para depois as confrontarem com as correspondentes de well, tendo em consideração especialmente os níveis estrutural e modal. Para esta investigação, as autoras baseiam-se em vários corpora: para o português europeu, o C-ORAL-ROM, o corpus Fala Bracarense: Perfil Sociolinguístico da Fala Bracarense e o corpus REDIP – Rede de Difusão Internacional do Português: rádio, televisão e imprensa; para o inglês, o British National Corpus.
Alexandra Pinto e Sónia Rodrigues, no texto “Contributo para o estudo das construções é Adj que X como marcadores argumentativos”, estudam expressões portuguesas com o formato Adj que X (é evidente que x), considerando o seu funcionamento textual enquanto marcadores argumentativos. A partir da análise de um corpus de artigos de opinião da imprensa escrita portuguesa, entre 2010 e 2018, as autoras concluem que nas sequências textuais precedidas por estas estruturas de enquadramento proposicional, há uma focalização sobre o posicionamento do enunciador em relação ao que diz. Esse posicionamento pode corresponder a uma modalização epistémica, evidencial, deôntica ou de natureza mais avaliativa, mas é sempre marca de uma dada orientação argumentativa, que as autoras particularizam, no artigo, em pormenor. No texto, descreve-se a posição e as funções das construções em estudo em textos jornalísticos de opinião, identifica-se padrões relacionados com os valores pragmáticos e argumentativos das construções e justifica-se a consideração dessas estruturas como marcadores argumentativos. As autoras organizam os resultados obtidos considerando-os em três categorias diferentes, que apresentam. O estudo representa um avanço na área, ao alargar o grupo dos marcadores argumentativos para além das classes de conectores consideradas mais clássicas nos estudos sobre argumentação.
Rogelio Ponce de León e Isabel Margarida Duarte, em “Marcadores discursivos com ora e as suas correspondências em espanhol”, analisam, tendo como base de referência dados de dicionários e de corpora, os valores dos marcadores ora e ora bem em português europeu e os das correspondências etimológicas em espanhol – ora e ahora / ahora bien –, com a finalidade de detetarem o grau de distanciamento semântico-pragmático entre estas partículas. Na última parte ←11 | 12→do trabalho, os autores comparam os resultados do confronto com as soluções registadas em traduções para espanhol de obras literárias portuguesas.
Liana Pop e Veronica Manole, em “Les marqueurs déictiques à l’oral: perspective contrastive roumain-français-portugais”, ocupam-se de “comutações deícticas” (ing. deictic shifts), alterações observadas na dinâmica do discurso, sobretudo na oralidade. De expressões de deixis, estes elementos adquirem comportamentos de marcadores com valor procedimental. As autoras analisam as possibilidades de tradução, do romeno para francês e português, de certas expressões de deixis de diferentes tipos, em discursos orais. A descrição minuciosa dos vários tipos de uso de deixis no discurso oral romeno deixa prever as dificuldades de tradução para outras línguas. Os fenómenos de “inconsistência deíctica” elencados são de grande complexidade, dado que, no discurso, os valores deícticos de base adquirem matizes muito variados e subtis, que a tradução escassamente capta. Essa inconsistência deíctica resulta da instabilidade de “pontos de vista” dos locutores e por isso ao tradutor resta-lhe encontrar soluções pragmáticas alternativas e abandonar as correspondências lexicais.
Shima Salameh Jiménez, en “¿Por qué el español peninsular no reformula con digamos? Una reflexión sincrónica y diacrónica a partir de su comparación con el portugués europeo”, estuda os diversos valores da expressão espanhola digamos, em confronto com a correspondência literal em português, tendo como base de referência, numa perspetiva diacrónica e sincrónica, os corpora da Real Academia Espanhola CORDE, CREA e CORPES XXI. No confronto referido, a autora centra-se, na parte final do trabalho, na distância entre a partícula em espanhol e a sua correspondência portuguesa no que toca ao valor de reformulação.
Isabel Roboredo Seara, Isabelle Simões Marques e Isabel Sebastião, em “Os emojis como marcadores discursivos nas redes sociais: análise contrastiva em português e em francês”, determinam os valores pragmáticos-discursivos das marcações não verbais, como são os emojis, estabelecendo o confronto em português e em francês, para o qual são analisados registos de interações provenientes de páginas de clubes de futebol de Portugal e da França, registadas numa rede social. Exemplos destas interações são apresentados e analisados pelas autoras na segunda parte do trabalho.
Tamires de Sousa e Maria Aldina Marques, em “Marcadores do discurso e plano de texto. A estruturação discursiva em artigos científicos publicados na Revista Principia”, analisam as caraterísticas e os valores dos marcadores discursivos no plano de texto subjacente em artigos científicos de diferentes domínios, publicados na Revista Principia, tendo em consideração o tipo e o uso dos marcadores nas diferentes secções do artigo científico: “resumo”, “introdução”, “referencial teórico”, “método de pesquisa”, “resultados de pesquisa” e “conclusão”.
←12 | 13→Bibliografia
Aijmer, K., & Simon-Vandenbergen, A.-M. (eds.), (2006). Pragmatic Markers in Contrast. Oxford: Elsevier.
Aijmer, K., & Simon-Vandenbergen A.-M. (2003). The discourse particle well and its equivalents in Swedish and Dutch. Linguistics 41(6): 1123–1161.
Degand, L. (2009). On describing polysemous discourse markers. What does translation add to the picture? In Stef Slembrouck, Miriam Taverniers, Mieke Van Herreweghe (eds.), From will to well. Studies in Linguistics offered to Anne-Marie Simon-Vandenbergen, 173–183. Gent: Academia Press.
Introduction
The descriptions of Discourse Markers (DMs) are still scarce for European Portuguese compared to those for other languages, such as Spanish, French or Italian, for example, to speak of Romance languages only. It is therefore essential to continue to build on the work that has already been done. The detailed description of Portuguese markers is also needed when it comes to building instruments such as the unquestionably useful multilingual lexicon of connectors in European languages. The study of DMs is justified for several reasons for the sake of having a contrasting perspective between Portuguese and other languages. There are many benefits in having contrastive studies between Portuguese and other languages, in particular Romance languages, as far as DMs are concerned, as the origins and the path that these markers share help to understand the meanings of Portuguese markers and how they basically work. Moreover, DMs are often false friends: while they are similar in form in different languages, they do however differ in terms of use and meanings. Very often in these cases, diachronic stages exist in which the markings are close, whilst in others they differ. Although DMs generally have a common semantic basis worth looking into, they are not grammaticalised around the same time, nor have the same markings. In addition, depending on the languages one function can be performed by markers of different origins. Hence, the analysis of DMs in translation is of a heuristic value and interest from a methodological viewpoint (Aijmer et al., 2006), Simon-Vandenbergen and Aijmer, 2003, Degand, 2009, among others). The contrastive study of DMs in comparable corpora or translations that allow us to list similarities and differences has provided insight into convergent or divergent diachronic paths, semantic-pragmatic specialisations, specific nuances of use and meaning that would otherwise go easily unnoticed if DMs were studied in one language only, the source language. Contrastive studies seek to problematise the fact that a given DM can have multiple meanings, sometimes derived meanings, and not easily translatable by the lexical equivalents of the target language. Confronting pairs of DMs in various comparable corpora or in translations helps to know better the item in question in each of the confronted languages. This finding is valid for markers that are similar in different languages, that have similar functions and uses, but also when they differ. When analysing translations, we often find that a DM is translated by an item that is not another DM, but rather another linguistic solution. The contrastive analysis thus proves to have a special power to explain the description of the DM in the source language.
←15 | 16→The contrastive perspective European Portuguese / other languages, as regards DMs, is not just in the interest of translation, but also in foreign language teaching and linguistic description in general. It would also be interesting to work on the comparison between European Portuguese and Brazilian Portuguese, or Brazilian Portuguese and other languages, under descriptions that take into consideration the polycentric nature of the Portuguese language.
The theoretical views followed in the works present in this volume are diverse. Some texts aim to theoretically problematise defining traits of the very group of linguistic elements to which we call DMs, either by differencing them from other nearby groups or seeking to find different functions of polysemic markers, for example, or by following the grammaticalisation paths of different DMs. While some studies focus only on the DM of Portuguese, the large majority seeks to take advantage of a contrastive view with other languages: French, Spanish, Italian, English, German, Romanian, and Swedish.
These articles also contain a variety of textual genres, from where the different authors collected the DMs analysed: lexicographic material, literary texts and their translations, patient information leaflets, texts of a scientific nature, interactive data of audio-visual products, interactions in social networks, stand-up comedy, opinion articles in the written press, documents from different periods and stages of the Portuguese and other languages, various types of corpora. The relevance of this volume comes from the fact that it places the discourse markers in the Portuguese language at the centre of reflection and contrastive analysis with other languages.
Clara Barros, in “Discourse Markers in Medieval Narrative: Continuity or ‘Change of Scenario’ ”, takes medieval narratives to analyse the different discourse markers that redirect information, leading to a change in topic, with special emphasis on but. The author analyses how this marker is used in medieval Portuguese narratives, and then confronts the results with those of other discourse traditions and, finally, with the use of corresponding markers in other languages.
Details
- Pages
- 394
- Publication Year
- 2020
- ISBN (PDF)
- 9783631821381
- ISBN (ePUB)
- 9783631821398
- ISBN (MOBI)
- 9783631821404
- ISBN (Hardcover)
- 9783631811528
- DOI
- 10.3726/b16940
- Language
- Portuguese
- Publication date
- 2020 (July)
- Published
- Berlin, Bern, Bruxelles, New York, Oxford, Warszawa, Wien, 2020. 394 pp., 26 fig. b/w, 40 tables
- Product Safety
- Peter Lang Group AG